Ouro Preto é uma das cidades de Minas Gerais que melhor representa o período colonial no Brasil. Ao lado de Diamantina e Paraty, faz parte do Circuito histórico da Estrada Real – estradas abertas durante o ciclo do ouro e dos diamantes, nos Séculos 17 e 18 e que ligam o litoral do Rio de Janeiro até o interior de Minas.

A cidade de Ouro Preto possui o maior e mais importante acervo de arte e arquitetura do período colonial do Brasil. Tombada como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1980, foi uma das primeiras cidades do país a receber o título. Cercada por montanhas grandiosas e repleta de casarios do Século 17, a antiga Vila Rica tem igrejas, minas de ouro desativadas e museus, que recontam a história de Minas e as riquezas levadas à Portugal no período do Brasil colônia.

​

O nome da cidade é oriundo de um ouro com superfície mais escura, que estima-se ter sido levado cerca de 128 toneladas apenas entre os séculos 17 e 18. O apogeu econômico da cidade foi tanto, que entre 1730 a 1765, chegou a ter 25 mil habitantes, sendo maior que Nova York naquela época. Além disso, foi em Ouro Preto que aconteceu a Inconfidência Mineira, um dos importantes marcos da independência brasileira. 

No legado cultural, a cidade projetou dois dos mais importantes artistas do barroco mundial: o escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Athaíde.

​

Em 1721 se tornou a primeira capital de Minas Gerais, ainda com o nome de Vila Rica. Tornou-se Ouro Preto em 1823 e permaneceu como capital até 1897, quando a sede se tornou Belo Horizonte.

Museu da Inconfidência: É um dos museus mais visitados do país, segundo dados do IPHAN. Inaugurado em 1944, está situado na Praça Tiradentes e reúne documentos e objetos como os Autos da Devassa da Inconfidência Mineira, mobiliário e utensílios de época e um panteão com os restos mortais dos inconfidentes.

​

Museu Casa dos Contos: Foi residência de João Rodrigues de Macedo, o cobrador de impostos da Capitania no Século 18 e também foi sede da administração pública. Hoje abriga salas de exposições que recontam a história do dinheiro no país.

​

Museu de Mineralogia: Formalmente, é conhecido por Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas. Sob cuidados da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), possui acervo sobre astronomia, paleontologia, mineralogia e pigmentos.

​

Museu do Aleijadinho: Reúne as peças de arte-sacra e documentos do acervo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, uma das principais obras de Aleijadinho. 

​

Museu do Oratório: Com 162 oratórios e mais de 300 imagens dos Séculos 17 e 18, o museu reconta a fé católica através da família mineira e suas tradições.

​

Além desses, merecem destaque o Museu da Escola de Farmácia, o Museu Casa Guignard e o Museu das Reduções, no distrito ouro-pretano de Cachoeira do Campo.

Ao todo, Ouro Preto possui 12 igrejas, 2 capelas e 5 passos. Juntos, fazem parte da tradição católica da cidade, e todos possuem detalhes que vão além da religião. Isso porque perpassa a história colonial com sua arquitetura e arte.

As principais são:

Igreja São Francisco de Assis: É uma das principais obras de Aleijadinho e Athaíde e se situa de frente à Feirinha de pedra-sabão da cidade.

​

Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar: Também de Aleijadinho e Athaíde, é a segunda igreja mais rica em ouro do país, com cerca de 400 kg e ficando atrás apenas da Matriz de São Francisco, em Salvador (BA).

​

Igreja de Nossa Senhora do Rosário: Do período entre o barroco e o rococó, é uma construção com o interior menos carregado e fica no Largo de mesmo nome.

​

Igreja de Santa Efigênia: De acordo com a tradição oral, Chico Rei teria mandado construí-la e tem forte sincretismo religioso por ser uma das poucas onde os negros podiam frequentar.

​

Capela do Padre Faria: A capela tem um histórico pela resistência, uma vez que teria sido a única onde soaram os sinos sem autorização, quando Tiradentes, considerado traidor da Coroa Portuguesa, foi morto.

​

Além destas, merecem destaque os passos pela cidade, que costumam ficar abertos durante a Semana Santa e a Igreja de Sant’Ana, a primeira construção religiosa de Ouro Preto.

Como a maior parte das cidades de Minas Gerais, Ouro Preto oferece experiências únicas quando o assunto é comida e bebida. Isso porque possui desde uma cervejaria própria (chamada Ouropretana), até cachaças e queijos fabricados na região. Eles podem ser encontrados no centro histórico na Garapinha e na Milagre de Minas.

​

Já entre os principais restaurantes estão O passo (dedicado à massas e alta gastronomia), o Bené da Flauta (com serviço à la carte), o Café & Cia (dividido entre um café colonial e um pub noturno). E não é possível esquecer da tradicional batata recheada do Bar e Restaurante Satélite e de uma das coxinhas mais tradicionais do país, do Bar Barroco.